Senhoras e Senhores Oficiais e Praças,
Vivemos um momento
histórico em nosso Corpo de Bombeiros. É preciso que todos tenhamos o
necessário entendimento da gravidade da situação.
De maneira
aparentemente legítima, em nome de uma reivindicação salarial que, por
justa, tem em mim o seu primeiro defensor, articula-se uma leviana,
irresponsável e covarde proposta de paralisação na prestação de socorro à
população.
Na condição de Comandante, venho tentando entender o
porquê de, a cada momento, mudar-se o foco das reivindicações. Vale
lembrar que a proposta inicial era atingir o piso salarial de R$
2.000,00 (dois mil reais). Pois bem, com o efetivo empenho deste
Comandante, chegamos neste mês de fevereiro, a um piso de R$ 1669,32
que, acrescido da gratificação de R$ 350,00, eleva o SD BM sem triênio à
R$ 2.019,32.
Vale, também, mencionar que praticamente todos os
nossos Soldados já completaram o primeiro triênio, portanto o seu piso
salarial - R$ 1.836,25 - acrescido dos R$ 350,00 de gratificação os
coloca no patamar de R$ 2.186,25.
Ressalto que o conjunto de
ações administrativas tomadas nos últimos meses, com vistas à melhoria
de nossas condições, nos credencia moralmente a assumir a
responsabilidade e o compromisso de encaminharmos, ao Governo, os
nossos pleitos de forma séria e responsável. Ocorre que, agora,
tomamos conhecimento pela matéria do jornal "O Globo" de 05 de
Fevereiro, sobre o que pensa o articulador da greve na Bahia, o qual,
em diversos momentos, esteve no Rio de Janeiro orientando a alguns dos
nossos, sobre como organizar um inaceitável modelo de greve.
O
referido senhor, em meio a greve da PM de seu Estado, onde ocorre uma
onda de assaltos, mortes e saques a estabelecimentos comerciais, declara
que, "a pretensão não é salarial, mas a desmilitarização das Polícias
Militares" e, por via de consequência, dos Corpos de Bombeiros
Militares.
Agora sim, finalmente explicita-se o verdadeiro
objetivo, o que é, sem dúvida, surpreendente, uma vez que a perda da
condição de militares estaduais, certamente não é a solução que
buscamos.
Por esta razão, dirijo-me pessoalmente a cada
Bombeiro-Militar que honra a sua farda, para que se juntem a absoluta
maioria de nós que, comprometidos com a busca de uma solução definitiva
para nossas necessidades, não se deixam levar por esta aventura
irresponsável e fora de propósito.
Cumpre-me o dever de mais uma
vez esclarecer que greve, aquartelamento, uso indevido ou desuso de
peças de uniforme configuram, respectivamente, crime e transgressões
disciplinares que nos trarão consequências indesejadas e poderão
comprometer todo o esforço que estamos fazendo para a consecução das
promoções por tempo de serviço, as quais têm como condicionante o bom
comportamento dos beneficiados.
Reafirmo que estou pessoalmente
comprometido com a elaboração de um trabalho conjunto com a Segurança
Pública, com vistas à composição de um modelo de vencimentos compatível
com as nossas atribuições.
O momento é de nos unirmos de forma séria e responsável e não de atitudes inconsequentes que irão macular a nossa Instituição.
Sérgio Simões - Cel BM Secretário de Estado da Defesa Civil e Comandante Geral do CBMERJ
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